O Tribunal do Júri de Buriticupu, no interior do Maranhão, condenou Claudenor Oliveira Maciel a 24 anos e seis meses de prisão pelo feminicídio de sua esposa, Celeuma Viana de Sousa, de 42 anos. O crime, que chocou a população local, ocorreu no dia 9 de julho de 2023, quando a vítima foi morta com um tiro à queima-roupa no rosto, enquanto descansava em casa.
O julgamento foi realizado na última segunda-feira (7), sob presidência do juiz Flávio Gurgel, e teve como base a denúncia do Ministério Público, que apontou que Claudenor agiu com extrema violência, motivado por uma discussão fútil. Ele chegou à residência em estado de embriaguez e, após uma ameaça verbal, disparou contra a esposa que estava deitada. O crime ocorreu na presença dos filhos do casal, de 16 e 9 anos.
Após cometer o assassinato, Claudenor fugiu e permaneceu foragido por quase nove meses, sendo localizado em uma fazenda na zona rural de Rondom, no Pará, onde trabalhava plantando soja. A prisão ocorreu no dia 6 de abril de 2024, em cumprimento a mandado de prisão preventiva. Com ele, foi apreendida uma arma de fogo irregular.
O relacionamento do casal era marcado por histórico de violência doméstica. Segundo relatos colhidos durante as investigações, Claudenor costumava agredir e ameaçar Celeuma, especialmente sob efeito de álcool. Em 2022, a vítima chegou a escrever uma carta na qual pedia que, caso morresse, os filhos não ficassem sob os cuidados do pai, a quem descrevia como agressivo e psicopata.
Após o assassinato, os três filhos do casal passaram a viver com a avó materna, conforme determinação do Conselho Tutelar. O Ministério Público destacou a crueldade do ato e a impossibilidade de defesa da vítima, configurando o crime como feminicídio. O juiz responsável pelo caso enfatizou a importância da celeridade no julgamento de crimes contra mulheres, garantindo à sociedade uma resposta rápida da Justiça.