O caso da morte da recém-nascida Ana Beatriz Silva de Oliveira, de apenas 19 dias, causou comoção em Novo Lino, interior de Alagoas. A bebê, que estava desaparecida desde sexta-feira (12), foi encontrada morta na tarde desta terça-feira (15), dentro de um armário no quintal da casa da família, enrolada em um saco plástico e próxima a produtos de limpeza. A mãe da criança, Eduarda, de 21 anos, confessou à Polícia Civil que asfixiou a filha com um travesseiro para que ela parasse de chorar. A polícia investiga se a mulher sofre de depressão pós-parto, o que pode influenciar na tipificação do crime como infanticídio.
Inicialmente, Eduarda relatou à polícia que a filha havia sido sequestrada por homens armados na BR-101. Porém, ao longo das investigações, ela apresentou ao menos sete versões diferentes da história, incluindo um suposto abuso sexual e até uma entrega voluntária da bebê ainda na maternidade. Confrontada com contradições e após passar mal durante o depoimento, ela confessou o crime e indicou o local onde o corpo estava escondido.
A perícia do Instituto Médico Legal (IML) ainda aguarda os laudos para confirmar a causa da morte, mas a principal hipótese é de asfixia. A polícia também investiga como o corpo não foi localizado durante as buscas anteriores, que contaram com cães farejadores. Eduarda será encaminhada a um presídio feminino em Maceió e deve responder por homicídio ou infanticídio e ocultação de cadáver. Caso seja diagnosticada com transtornos mentais relacionados ao puerpério, como depressão pós-parto, poderá ser transferida para tratamento psiquiátrico.
O pai da bebê, que estava trabalhando em São Paulo e não chegou a conhecer a filha, retornou a Novo Lino no fim de semana. Ele não é investigado, mas a polícia não descarta a possibilidade de envolvimento de outras pessoas, já que o corpo só foi encontrado dias após buscas intensas na residência. As investigações continuam.