O prefeito de Sorocaba (SP), Rodrigo Manga (Republicanos), e o ex-secretário municipal de Educação, Márcio Carrara, tornaram-se réus por improbidade administrativa após a Justiça aceitar, nesta segunda-feira (13), denúncia do Ministério Público de São Paulo (MP-SP). A ação se refere à compra de 1.188 lousas digitais em 2021 por R$ 46 milhões, com suspeita de superfaturamento de R$ 11 milhões.
Segundo a promotora Cristina Palma, autora da ação, cada lousa foi adquirida por R$ 26 mil da empresa Educateca — valor 56% acima do praticado pela Prefeitura de Indaiatuba no mesmo período e com o mesmo fornecedor, que pagou R$ 16,7 mil por unidade. O Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE-SP) apontou que, de cada R$ 4 pagos por Sorocaba, R$ 1 seria sobrepreço. O órgão também criticou a forma de contratação, que englobou todos os equipamentos em um único lote, reduzindo a competitividade da licitação.
A promotoria solicitou o bloqueio de bens dos acusados e o afastamento de Carrara do cargo que atualmente ocupa na prefeitura, mas os pedidos foram negados pelo juiz Alexandre de Mello Guerra, que considerou não haver risco imediato à instrução do processo.
A Prefeitura de Sorocaba informou que ainda não foi formalmente intimada e que as contratações seguiram os procedimentos legais. A empresa Educateca também declarou não ter sido notificada e reafirmou que agiu conforme a legislação vigente.
Em meio à repercussão do caso, eleitores e apoiadores de Manga afirmam que a denúncia teria motivações políticas, especialmente após o prefeito anunciar sua pré-candidatura à Presidência da República.