Governo cria grupo para discutir regulamentação de entregadores por aplicativo
Propostas visam melhorar a remuneração, garantir transparência de algoritmos e proteção social para a categoria.
Por Administrador
Publicado em 05/12/2025 09:59
Notícia
Entregadores por aplicativo se reúnem em Brasília durante mobilização por melhores condições de trabalho e regulamentação da categoria. (Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil)

O governo federal instituiu um Grupo de Trabalho (GT), coordenado pela Secretaria-Geral da Presidência da República, para formular propostas de regulação trabalhista para os entregadores por aplicativo.

 

O grupo será composto pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), representantes de organizações e entidades dos entregadores de todas as cinco regiões do país, e representantes das centrais sindicais.

 

Focos da regulamentação

 

Os principais objetivos do grupo de trabalho incluem:

 

Remuneração: Um dos focos é melhorar a remuneração dos entregadores, com a meta de garantir um piso remuneratório mínimo.

 

Seguro Previdenciário: O GT também deve propor um seguro previdenciário para a categoria, visando amparar os trabalhadores em caso de acidentes.

 

Transparência Algorítmica: Outro ponto central é a discussão sobre a transparência dos algoritmos das plataformas. Esses sistemas digitais definem questões como o valor e a distribuição das entregas, e os trabalhadores demandam maior clareza sobre seu funcionamento.

 

O GT terá a duração inicial de 60 dias, com possibilidade de ser prorrogado.

 

Participações e escopo

 

Serão convidados a participar das reuniões do grupo de trabalho representantes do Tribunal Superior do Trabalho (TST), do Ministério Público do Trabalho (MPT) e do Ministério da Saúde. A Comissão Especial da Câmara dos Deputados sobre Regulamentação dos Trabalhadores por App também será chamada a contribuir.

 

Neste primeiro momento, o grupo tratará apenas das demandas dos entregadores por aplicativo, separando-as das pautas dos motoristas autônomos por considerar que existem questões específicas para cada grupo.

 

Desafios anteriores

 

A regulamentação desse tipo de trabalho tem enfrentado dificuldades, principalmente pela resistência das plataformas em aceitar o estabelecimento de um piso remuneratório.

 

O trabalho via plataformas digitais mobiliza mais de 3 milhões de entregadores e motoristas autônomos no país, muitos dos quais sem proteção social ou garantia remuneratória mínima.

 

Em 2023, um grupo de trabalho anterior, coordenado pelo MTE e reunindo plataformas e entregadores, não conseguiu avançar na pauta. As manifestações da categoria, como protestos por uma taxa mínima de R$ 10 por entrega, têm sido recorrentes.

 

Fonte: Agência Brasil

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