A Polícia Federal identificou o deputado federal Júnior Mano (PL-CE) como figura central de uma organização criminosa especializada no uso indevido de recursos públicos e manipulação de processos eleitorais em várias cidades do Ceará. Segundo os investigadores, o grupo cobrava um retorno de 12% sobre as emendas parlamentares destinadas a municípios, em um esquema que tratava a propina como “imposto” ou “pedágio” — prática que se tornou sistemática entre os envolvidos.
A operação, que tramita sob sigilo no Supremo Tribunal Federal, foi autorizada pelo ministro Gilmar Mendes, com aval da Procuradoria-Geral da República (PGR). Além de buscas e medidas cautelares, o ministro determinou o bloqueio de R$ 54 milhões em bens dos investigados.
O inquérito apura os crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro, compra de votos e falsidade ideológica para fins eleitorais. Conforme a PF, a atuação de Júnior Mano era essencial para estruturar o funcionamento da rede criminosa, que operava por meio da destinação de emendas em troca de pagamentos ilícitos.
A investigação segue em curso, com desdobramentos previstos para os próximos dias. A defesa do deputado ainda não se pronunciou oficialmente.