A fila de espera do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) atingiu 2,042 milhões de requerimentos em dezembro de 2024, o maior número registrado durante o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Os dados, divulgados apenas agora em abril pelo Ministério da Previdência, mostram um aumento em relação a novembro, quando a fila contava com 1,985 milhão de pedidos.
Entre os fatores que contribuíram para esse crescimento estão a greve dos servidores e a implementação do Atestemed, sistema de atestado on-line que, apesar de reduzir despesas, aumentou o volume de solicitações. O mecanismo permite afastamentos de até 180 dias sem a necessidade de perícia médica, o que impacta diretamente na demanda por análise dos processos.
Outro ponto de influência foi o fim do sistema de bônus aos servidores do INSS, criado no governo Bolsonaro para reduzir a fila de espera e não renovado em 2024. Em julho de 2023, a gestão Lula tentou conter o problema com medidas como o deslocamento de funcionários para unidades mais sobrecarregadas e a recriação do bônus de produtividade. No entanto, a fila voltou a crescer no segundo semestre de 2024, ultrapassando a marca de 2 milhões de pedidos.
O recorde histórico de espera no INSS foi registrado em junho de 2019, durante o governo Bolsonaro, quando o número chegou a 2,4 milhões de requerimentos. Na época, o governo adotou medidas emergenciais, como a contratação de aposentados e militares para auxiliar na análise e no atendimento.
O governo federal ainda não anunciou novas estratégias para conter a fila, que continua sendo um dos principais desafios da Previdência Social.