O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevou nesta quarta-feira (18) a taxa básica de juros (Selic) para 15% ao ano. Essa é a maior taxa desde julho de 2006 e representa a sétima elevação consecutiva, refletindo a estratégia do governo para conter a inflação.
Com o novo patamar, o Brasil passa a ocupar o segundo lugar no ranking mundial de juros reais (descontada a inflação), ficando atrás apenas da Turquia. O juro real brasileiro agora atinge 9,53% ao ano, superando economias como Rússia, Argentina e África do Sul.
A decisão do Copom reacende o alerta sobre os impactos negativos da política monetária restritiva. Especialistas apontam que o aumento da Selic deve encarecer ainda mais o crédito, afetar o consumo, inibir investimentos e reduzir o ritmo de crescimento econômico.
O Banco Central justifica a medida como necessária para conter as pressões inflacionárias persistentes, que continuam acima da meta estabelecida para este ano. No entanto, setores produtivos e empresariais temem que os juros elevados prolonguem a desaceleração da economia brasileira.
A expectativa do mercado agora se volta para as próximas reuniões do Copom, que deverá monitorar os indicadores de inflação, crescimento e emprego antes de definir novos ajustes na taxa de juros.