Após 12 dias de confronto direto, Irã e Israel aceitaram um cessar-fogo mediado pelos Estados Unidos, com apoio diplomático do Catar. O anúncio foi feito na noite de quinta-feira (20) pelo ex-presidente norte-americano Donald Trump, que liderou as negociações. Ainda assim, os líderes das duas nações mantiveram discursos de vitória e prometeram manter suas estratégias regionais.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou que o país alcançou uma "vitória histórica", embora tenha ressaltado que sua campanha militar ainda não está concluída. Segundo ele, Israel continuará combatendo o “eixo do Irã”, derrotando o Hamas e buscando a libertação de reféns mantidos em Gaza.
Do outro lado, o presidente do Irã, Masoud Pezeshkian, também declarou vitória. Em pronunciamento transmitido pela imprensa estatal iraniana, disse que a guerra foi “imposta ao Irã pelo aventurismo de Israel” e classificou o desfecho como uma “grande vitória para Teerã”.
Os números do conflito revelam sua gravidade: segundo dados oficiais iranianos, 610 pessoas morreram no Irã e outras 4.746 ficaram feridas em decorrência dos ataques israelenses. No entanto, a ONG Human Rights Activists News Agency, sediada em Washington, contesta os números e aponta 974 mortos e 3.400 feridos.
Do lado israelense, os bombardeios iranianos causaram a morte de 28 pessoas e deixaram mais de 1.400 feridos, conforme informou o gabinete de Netanyahu. Foi a primeira vez que os sistemas de defesa aérea de Israel foram sobrecarregados por uma ofensiva maciça de mísseis do Irã.
Com o início da trégua, as Forças Armadas de Israel suspenderam as restrições internas, e o aeroporto internacional Ben Gurion foi reaberto. No Irã, o espaço aéreo também foi liberado para voos comerciais, segundo a agência estatal Nournews.
Apesar do cessar-fogo, especialistas alertam que a instabilidade regional persiste. As declarações de ambos os governos indicam que o conflito, embora momentaneamente interrompido, está longe de ser encerrado.